quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Coisas de Clarice

Hoje pensei e rascunhei algumas coisas que tinha a dizer,mas quando me deparei com esse escrito da Clarice senti que precisava e devia registrá-lo por aqui, pois nessa época em que nos deparamos a todo momento com mensagens de carinho, amizade e agradecimento pelo ano que se vai, ficamos mais sentimentais e reflexivos, bem já falei demais segue a espetacular Lispector.

Sendo este um jornal por excelência, e por excelência dos precisa-se e oferece-se,

 vou pôr um anúncio em negrito: precisa-se de alguém homem ou mulher

que ajude uma pessoa a ficar contente porque esta está tão contente

que não pode ficar sozinha com a alegria, e precisa reparti-la.

Paga-se extraordinariamente bem: minuto por minuto paga-se com a própria alegria.

É urgente pois a alegria dessa pessoa é fugaz como estrelas cadentes, que até parece que só se as viu depois que tombaram; precisa-se urgente antes da noite cair porque a noite é muito perigosa e nenhuma ajuda é possível e fica tarde demais. Essa pessoa que atenda ao anúncio só tem folga depois que passa o horror do domingo que fere.

Não faz mal que venha uma pessoa triste porque a alegria que se dá é tão grande que se tem que a repartir antes que se transforme em drama.

Implora-se também que venha, implora-se com a humildade da alegria-sem-motivo.

Em troca oferece-se também uma casa com todas as luzes acesas como numa festa de bailarinos.

Dá-se o direito de dispor da copa e da cozinha, e da sala de estar.

 

P.S. Não se precisa de prática. E se pede desculpa por estar num anúncio a dilacerar os outros. Mas juro que há em meu rosto sério uma alegria até mesmo divina para dar.

Clarice Lispector

sábado, 1 de dezembro de 2012

01/12/12

COMEÇA HOJE A CONTAGEM REGRESSIVA PARA O FINAL DO ANO.
HORA DE AVALIAR TUDO QUE JÁ PASSOU.
REPENSAR AS PROMESSAS QUE NÃO FORAM CUMPRIDAS E PORQUE NÃO FORAM CUMPRIDAS, FALTOU OPORTUNIDADE, FALTOU GARRA OU FALTOU FORÇA DE VONTADE.
AGORA NÃO ADIANTA CHORAR OU SE LAMENTAR , OS DIAS PASSAM VOANDO NUM PISCAR DE OLHOS NOS VEMOS DIANTE DE UM NOVO ANO , UM RECOMEÇO.
NÃO ADIANTA PENSAR NA DIETA QUE NÃO FOI FEITA, NAQUELE CURSO QUE O ANO TODO VOCÊ  PROMETEU QUE FARIA, A CARTEIRA DE HABILITAÇÃO QUE VOCÊ FALOU QUE IA TIRAR, AQUELE VIAGEM QUE NÃO ACONTECEU, A VISITA NA CASA DA AMIGA(O) QUE HÁ MUITO VOCÊ NÃO  VÊ.
LEMBRA AQUELE AMOR QUE VOCÊ QUERIA VIVER, OU AQUELE QUE VOCÊ JUROU QUE IA ESQUECER.ISSO PRECISA SE RESOLVER .
OS RELÓGIOS TÊM ANDADO MEIO LOUCOS ULTIMAMENTE, E SE FICARMOS MAIS UMA VEZ SÓ VENDO OS PONTEIROS GIRAR , O TEMPO PASSA E NÃO SAÍMOS DO LUGAR .
ESTAMOS A MINUTOS DE UMA NOVA HISTÓRIA , AINDA DÁ TEMPO DE RESOLVER E PLANEJAR AS COISAS PARA O ANO QUE VEM, NÃO DESISTA , NÃO SE ACOMODE.
PROMETA A SI MESMO QUE NESTE ANO DE 2013 VOCÊ IRÁ SE ESFORÇAR MUITO, VAI LUTAR COM MUITA GARRA E VAI TER MUITA FORÇA DE VONTADE , PORQUE NESTE 2013 VOCÊ  MERECE  E VAI  SER MUITO FELIZ .

Beijos...
Danila de Biasi 

sábado, 17 de novembro de 2012


A importância da leitura para a formação de um ser crítico e consciente.

Seria relevante começar o texto elencando itens que demonstrem a importância e o poder que a leitura exerce no mundo atual, esse mundo em que a base da interação em nossa sociedade é o conhecimento, informações nos chegam aos olhos e ouvidos através de um clique, uma fração de segundo nos permite interagir com milhões de pessoas estejam elas em qualquer parte do planeta ou até mesmo fora dele.
O ato de ler não se resume ao fato de que é necessário o conhecimento das letras, para ler uma receita de bolo ou uma bula de remédio isso não basta para transformar o indivíduo, não basta para classificá-lo como um cidadão letrado, não permite que ele interaja na sociedade através da criticidade, que tenha conhecimento para entender o que acontece no mundo.
A constituição de nosso país assegura aos cidadãos brasileiros os direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna , pluralista e sem preconceitos , fundada na harmonia social e comprometida.
Quantos brasileiros são capazes de reconhecer seus direitos e seus deveres, quantos deles são capazes de exercer sua cidadania.
Em determinado parágrafo da constituição lemos:
Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos (pelo povo)...”
Saber ler não se trata apenas de juntar letras e formar palavras, juntar palavras e formar frases, ler frases e dizer que está lendo o texto.
O ato de ler implica no interpretar, entender, questionar, descobrir e analisar, motivando o leitor a pensar e repensar atitudes e valores.
O elo para o homem chegar ao conhecimento é a leitura. Ao ler qualquer tipo de texto, o leitor compõe o significado relacionando ou não com o que já sabe.
A leitura faz o leitor e o texto interagirem, pois além das significações explícitas que podem ser comum a qualquer pessoa, o texto traz no seu contexto significações implícitas, que são aquelas com as quais o leitor se identifica e compreende o que está lendo de acordo com experiências já vividas e que dependem da compreensão de cada um.
A leitura transforma o homem, fazendo com que ele comece a pensar sobre o seu mundo, sobre o que as pessoas fazem e como deveriam fazer para que todos tivessem oportunidades iguais, a leitura faz brotar o senso crítico e a consciência floresce.  

domingo, 21 de outubro de 2012

E no meio do caminho tinha uma pedra e tinha uma pedra no meio do caminho...

 E Drummond parodiou a obra de Olavo Bilac,ficou lindo e eu adoro, por isso segue e vai porque sempre tem algo no meio do caminho e se não tivesse qual seria a graça, coisa chata seguir em linha reta, então segue e vai porque no meio do caminho tinha uma pedra.


No meio do caminho

No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra
 
Carlos Drummond de Andrade

domingo, 14 de outubro de 2012

Leitura em todas as formas...

Olá !!

Faz um tempo que não passo por aqui, as tarefas e correria do dia a dia  não dão muito espaço, mas eis que agora me pego fazendo um curso sobre ESCRITA e uma das atividades é a interação através da internet por meio de blogs e demais ferramentas, então tive a oportunidade de voltar, que bom porque tenho muitas coisas para registrar, mas, no momento decidi postar esse maravilhoso texto que nos faz refletir sobre leitura, livros e internet.
Atualmente vivenciamos uma nova era, a digital e através dela é que se formam e formarão as relações interpessoais, de apredizagem, de conhecimento, de crescimento e evolução, a palavra agora  viaja a velocidade da luz, maravilha!!
Porém,  precisamos entender que tudo se baseia na leitura, e ainda não há nada tão prazeroso quanto sentar e relaxar com um livro entre as mãos, que venha a tecnologia que nos transforma a cada dia e venha acompanhada da nostalgia.

Aproveitem a leitura!

O que dizer por todos esses livros no zoológico das estantes?

Livros são animais sexuados: livros são metidos, livros são gestados, livros são paridos. Livros crescem, como meninos. Livros sangram, como meninas. Livros infantis com idéias de aprendiz. Livros de aventura pra estimular a travessura. Livros de iniciação pras pessoas em formação. Todo livro é um livro da vida (mesmo os livros de contabilidade, que são livros de dívidas). Livros de poesia controlam a azia. Livros de História fortalecem a memória. Livros de viagem aperfeiçoam a paisagem. Livros de religião aumentam a devoção. Livros de química servem pra misturar. Livros de teste, pra confundir. Livros de lógica, pra entender. Livros didáticos, pra explicar. Livros revolucionários são livros vermelhos espetados no ar. Livres pra reclamar, livros de arrepiar!
Mas... com quantos livros se faz uma pessoa?
Livros de tabuada pra conta calculada. Livros de auto-ajuda praquilo que não muda. Livros de lazer pra quem tem muito o que fazer. Livros de direito pra homens de respeito. Livro de reza quando a coisa pesa. Livros em liquidação para leitores sem condição. Livros de oratória, livros de ortografia, livros de culinária, livros de psicologia. Livros em orgia. Livros pornográficos levados pra cama. Livros de etiqueta pra pôr a mesa. Livros sádicos. Livros trágicos. Livros míticos. Livros pro alimento do espírito e dos editores. Livros pra vaidade dos escritores. Livros especiais. Livros espaciais. Livros de colecionadores. Livros de informática são livros de computador. Livros de condolências são livros cheios de dor. Livros ensinam a ler. Livros pro humor. Livros pra quem quiser ver. Livros loucos pra saber. Livros com ilustração auxiliam a compreensão. Livros beijados, livros mordidos. Livros apalpados, livros espremidos. Livros lambidos como frutos escorridos. Livros embebidos. Livros embevecidos. Livros abraçados como casais apaixonados. Livros são romances cultivados. São feridas, são repastos. Livros passados de mão em mão, como boas biscas. Livros de arte. Livros de artistas. Páginas arrancadas sem vergonha, livros fumados com maconha. Livros de piada. Sacos de risada. Palavras cruzadas e frases alinhavadas. Livros depenados. Livros invocados. Livros em conflito. Páginas de livros processados em juízo. Livros censurados. Livros permissivos. Os livros das sopas, os livros dos sonhos, o livro dos molhos. Livros molhados nos clubes de livros. Livros de ocorrência. Livros policiais. Livros de referência. Livros originais. Livro pra orientação num universo em expansão. Livros equivocados. Livros inquisitivos. Livros engavetados. Livros recolhidos. Livros esmagados nos ônibus lotados. Livros encoxados, livros encolhidos. Livros espalhados por baixo dos estrados. Livros deflorados. Livros chacoalhados. Livros escondidos. Livros arremessados nos divórcios acalorados. Livros feito espadas. Livros como escudos. Livros que berram e livros que são mudos. O pior livro de cego é aquele que não quer se ler. Livros na ponta da língua. Livros com a ponta dos dedos. Livros engrossam, como rapazes. Livros melhoram, como mulheres. Livros murchos, livros sujos, livros finos. Livros como manda o figurino. Livros de moda. Livros em falta. Livros de sobra. Livros que cheiram bem e livros que cheiram mal (livros de renúncia fiscal). Livros roubados. Livros comprados. Livros vendidos. Árvores de livros abatidos. Livros de cabeceira. A fertilidade dos livros de madeira. Livros exibidos como corpos oferecidos. Livros safados. Livros falados. Livros sorvidos. Livros conservadores nas gavetas dos doutores. Livros emocionais pra cólicas menstruais. Livros de regime. Livros de política. Livros de ótica. Livros de crítica. Livros diários são livros crônicos, são livros cômicos, são livros tônicos. Dicionários de livros explicados. Raciocínios apalavrados. Teses de mestrado. Bolsas de livros financiados. Tomos, tombos, citações. Parágrafos, capítulos, correções. Publicações, polêmicas, opiniões. Livros importados. Livros transportados. Livros traduzidos. Livros encomendados, livros encarecidos. Livros encadernados como faraós embalsamados. Livros aposentados. Livros comentando livros. Livros lavrados em cartórios hereditários. Livros aplicados e homens especializados. Diplomas de livros emparedados. Livros emparelhados. Bibliotecas de livros amontoados. Sebos empoeirados. Livros decorados são livros encruados, são livros mal comidos. Livros devorados por vermes aculturados. Livros bichados. Livros suados. Livros vencidos. Caixas e caixas de livros caixa. Arquivos mortos em pandemônio, as fortunas dos livros de patrimônio. Livros de capas trocadas, capas disfarçadas, capas ofensivas. Livros de capas ousadas. Capas proibidas. Os livros contra capas. Os lidos pelas costas. Livros sádicos, livros cínicos, livros mágicos. Livros lívidos, livros épicos, livros bíblicos. Livros lidos como vícios. Livros de sacrifícios. Todo homem é um livro aberto. Todo livro acha que é certo. Escreveu, não leu, continua sendo livro. Já no início era o verbo! Larga a mão de ser burro e leia.
Fernando Bonassi
Folha de S. Paulo
, São Paulo, 25 mar. 2003. Folha Ilustrada.

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq2503200321.htm